quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Goldfrapp @ Coliseu dos Recreios

A Alison Goldfrapp é fofinha - uma apreciação que resulta de uma abordagem “copo meio cheio” à análise da dita quarentona. Mas se eu quisesse ser desagradável, diria que ela não passava duma Debbie Harry (Blondie) esvaziada de carisma. Perante a minha alergia crónica à objectividade, resta-me apenas acreditar que, entre uma e outra verdade, se situa a chamada "verdade verdadeira".

Ontem, num Coliseu dos Recreios relativamente composto, os Goldfrapp proporcionaram-nos uma actuação insípida. Após um início sonolento, a primeira reacção minimamente entusiástica do público surgiu com o tema “Number 1”, do álbum Supernature, entusiasmo esse que rapidamente evaporou. Os Goldfrapp aproveitaram, como seria de esperar, a oportunidade para apresentar alguns temas de Head First, o mais recente álbum do duo. O problema é que, neste álbum, os Goldfrapp ambicionaram fazer o que, por exemplo, a Ladyhawke logrou fazer no seu álbum de estreia, recorrendo inclusivamente aos mesmos ingredientes de base (a tal “borrowed nostalgia for the unremembered '80s” que James Murphy refere em “Losing My Edge”), mas esqueceram-se do tempero. E desse cenário resulta que, dos temas tocados de Head First, apenas o single “Rocket” tenha conseguido animar minimamente as hostes. Alias, na noite de ontem, apenas houve dois momentos em que os ânimos se tenham realmente exaltado (não os meus, confesso): nomeadamente os temas "Ooh La La" e "Strict Machine". O que, para um concerto em nome próprio, é escasso. Mas sabem o que é que me chateia mais? É não conseguir ficar chateado com a situação. E sabem porque? Porque afinal a Alison Goldfrapp é mesmo fofinha, raios parta.

2 comentários:

Charmless Man disse...

Partilho do sentimento.

Concerto amorfo mas ela é uma fofinha!

Nia disse...

Ibidem idem...

Esperava muito mais, mas Goldfrapp é... Goldfrapp :)

Saudações musicais,
Nia