
Acabado de regressar do Santiago Alquimista, onde assisti a um concerto que já ansiava ver há alguns anos, chego a casa com um sorriso na cara.
Talvez por desconhecimento, talvez por um hipotético jogo do título, o Santiago Alquimista não devia apresentar mais de 70 pessoas na noite de hoje. De qualquer modo, quem lá esteve teve oportunidade de assistir a uma Juana Molina divertida e a um concerto harmonioso, onde os ritmos da guitarra, do órgão e da sua voz coexistiram na plenitude.
Nos momentos que antecederam o concerto, ouvia-se uma voz radiofónica na sala a relatar as ocorrências dos jogos desta jornada (algo que a Juana Molina não ouviu, de outra forma não nos teria perguntado durante o concerto se nós não éramos “Futboleros”). O facto de ter descoberto na hora que o clube pelo qual eu torço estava a perder mais uma vez em casa fez com que torcesse o nariz, no entanto, assim que a Juana Molina entrou no palco e começou o concerto da mesma maneira que começa o seu último álbum, com “Un día” e “Vive Solo”, isso passou-me rapidamente!
Ao longo do concerto, não foram poucas as vezes em que fiquei espantado com a capacidade de coordenação evidenciada pela Juana Molina a articular num loop a sua própria voz, a guitarra e o órgão. Dessa maneira foi capaz de, sozinha em palco, recriar exactamente aquilo que eu conhecia das suas músicas em disco. Em “La Verdad”, a única música da Juana Molina que eu podia dizer sem hesitações que conhecia de uma ponta à outra, isso foi mesmo evidente.
O concerto durou sensivelmente 1h:15m e teve direito a encore com sugestões do público. Para azar da Juana Molina, alguém pediu “Rio Seco”, a primeira música do álbum “Son”. Ela hesitou, uma vez que aparentemente nunca a toca em concertos, mas acabou por cumprir e até se saiu bastante bem!
Para terminar, fomos presenteados ainda com uma arrebatadora performance de “Sálvese quien pueda", que gerou um muito merecido aplauso dos presentes e fez com que eu saísse do Santiago com vontade de dizer pessoalmente à Juana Molina um “Hasta la proxima”.
2 comentários:
maravilhosa. vi-a em aveiro e pedi-lhe que cantasse a "tres cosas", mas ela não me fez a vontade. :(
de qualquer maneira, entrevistei-a e saí do aveirense com um sorriso enorme. :)
bom texto!
Já estive a ler a tua crónica sobre o concerto de Aveiro e, pela descrição, parece que foi igualmente bom. :)
Em Lisboa também não tivemos direito à "Tres Cosas" mas pode ser que um dia destes tenhamos oportunidade de a ver novamente cá em Portugal!
Entretanto, hoje ainda não parei de ouvir o "Un día", álbum convenientemente comprado à saída do Santiago Alquimista :)
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